(Terra notícias, 28/07/08)
15h, dia de sol, calor amazonense. Lépidos meninos corriam para lá e para cá, tropeçando, chutando ou esperando a bola de futebol. Um menino abaixou-se para atar os cadarços dos tênis (“uma orelhinha do coelho, outra orelhinha, agora elas se unem...”), outro levantou a camiseta suada, fungando. Um apito para cobrar a falta, uns zagueiros roendo as unhas.
Foi quando uma sombra gigantesca surgiu e escureceu a goleira de tábuas, o meio-campo, uns arbustos ao redor, a outra goleira de tábuas, e a quadra inteira foi tomada. Os meninos correram desordenadamente, apressados, apavorados, caindo, olhando para trás, para os lados, para cima, gritando “salve-sequempudeeeeer!”.
Desde então, nunca mais puderam jogar bola.
Hoje em dia atiram peteca no pátio, desolados.
(Triste fim.)
Foi assim que mais um campo de futebol desapareceu da Amazônia.
Um comentário:
no comments avaluable.
The girl has fainted off after reading.
maravilhoso
hahahahahahahaha adorei!
Postar um comentário