sexta-feira, 20 de junho de 2008

O Despertar da Nada Bela Adormecida

(Escrito em 24.02.08)

Acordou cedo da manhã com aquele alarme desconhecido. Sonolenta, desgrenhada e cheia de remelas, chafurdou estabanada na gaveta do criado-mudo - que caiu, na escuridão do quarto fechado. Levantou-se, irritada e zonza, ascendeu a luz. Agüentou, corajosa, a dor dos olhos, que incharam. Sentada sozinha no canto da cama de casal que às vezes era enorme, esfregando o rosto com uma das mãos enquanto bocejava, a gaveta caída do chão juntada para o colo, encontrou finalmente o objeto misterioso. Sorrindo. Porque os príncipes de hoje poupam as adormecidas do beijo saburrento - esquecem com elas seus relógios.

Um comentário:

*Ann* disse...

Adorei.... Muito bom...