sábado, 2 de agosto de 2008

Aquele da Lituânia


Falavam da saudade, da vontade de se encontrarem e do primeiro hoje-não-tem-como da semana. Então ela, sorrindo, lembrou do filme na noite anterior e disse, colada ao telefone: - Nós sempre teremos Paris.

Mas ele não queria Paris. Não, não, Paris deveria ser ótima, mas, ele sabia, já quiseram levá-la a Paris. Então não servia. Tinha de ser um lugar só deles. Só deles.

...

É sempre assim que ela explica, acentuando as pregas de expressão talhadas pelos muitos sorrisos (todos aqueles anos ao lado dele)... Sempre assim que ela explica, às visitas curiosas, a presença daqueles postais atípicos guardados na caixinha da mesa central da sala. “Vilnius – Lietuva”, vinha escrito no verso, em lituano. E, segurando um deles nas mãos, ela acostumou-se a ler,em voz alta, o P.S.: “Porque este lugar é só nosso”.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sim, esse lugar sempreeee será nosso..sempre..

Nat. disse...

Ahá. O país com maior número de suicídios, com tamanha sensibilidade, só poderia oferecer mais sentimento. Ainda bem que, mesmo no frio, há espaço para corações tão quentes.

Ângela disse...

Lindo!