sábado, 26 de fevereiro de 2011

Gula

Você é aquele lanche gordinho gostoso que eu gostaria de deixar para depois e pedir que o cara da loja embale pra levar, mas sou tão ansiosa que ele mal empacotaria e eu já devoraria no caminho ainda que não sentisse fome. Enquanto isso, para você eu sou aquele doce que você olhou mil vezes na vitrine, até que um belo dia teve uma brecha de tempo, entrou, pediu e ficou olhando com um sorriso guloso.
Estamos neste ponto agora. O ponto em que vou perder para a ansiedade e lhe devorar no caminho. O ponto em que você, de barriga cheia, vai comer o doce que parece tão bom e depois, passando mal, se arrependerá e dirá que foi indigesto, que você tinha de ter dado um tempo entre uma refeição e outra, e eu vou sofrer e olhar para você lhe achando um baita lanche e pensando que, poxa, eu deveria ter guardado para o dia seguinte, para mês seguinte, deveria ter colocado você no freezer.

Um comentário:

Jônatas Ladir disse...

Nossa muito bom mesmo, como consegue por seu leitor no mundo paralelo ditado pelo que escreve, mas creio que escreve para você e com paixão e nos faz apaixonados por ler.